segunda-feira, 9 de junho de 2014

REMANESCENTES DA PSEUDOCIÊNCIA DA ERA VITORIANA

"O QUE PASSA COM AS GAROTAS E A CIÊNCIA?" (SUMMER, Lawrence. 2004)

Esta pergunta foi realizada em uma Conferência de Ciência, pelo Ex-Presidente da Universidade de Havard, o Sr. Lawrence Summer e vem provocando várias discussões no espaço acadêmico e feminista,  na integra carrega a intenção de sugerir diferenças genéticas entre homens e mulheres no contexto intelectual. O Cientista e Astrofísico - Neil de Grasse Tyson, apresenta um discurso pelo senso moral para explicar nossa natureza humana, considerando questões científicas e a vida  cotidiana, o sexo, a cor e a possibilidade de ascensão social em uma sociedade machista e branca.

" Há de encontrar um sistema onde as oportunidades sejam iguais, e depois falamos sobre diferenças genéticas" (TYSON. Neil de Grasse, 2004)

ASSISTA O VÍDEO NA INTEGRA OU ACESSO O LINK ESCRITO ABAIXO:



A resposta de Tyson é brilhante, merece ser vista, divulgada e debatida no universo escolar, levanta vários argumentos onde determinadas críticas e perguntas encobertas de posturas descriminatórias podem ser refutadas utilizando-se de nossa experiencias de vida, o nosso conhecimento prático são armas didáticas e esclarecedoras. Quando Tyson inicia seu argumento falando: "EU NUNCA FUI FÊMEA, MAS... TENHO SIDO NEGRO A VIDA TODA!" Esta comparação suave é uma crítica social a posturas e pensamentos que rotulam umas pessoa das outras, colocando as MULHERES e os NEGROS com esteriótipos inferiores, devendo ocupar também papeis inferiores na sociedade. Ainda é resultado de uma cultura machista, racialista, preconceituosa e discriminatória que utiliza a genética para impedir a ascensão social por conta do sexo e da cor da pele.  Esta lição de vida nos leva a pensar nos resquícios da pseudociência da era vitoriana, levando a velha teoria que massacrou milhares de seres humanos na Segunda Guerra Mundial.

COLOCANDO EM PRATOS LIMPOS - o artigo: SEX ED, por PINKER, 2005; publicado na Revista "The New Pepublic" e ocupante da cadeira Johnstone de Psicologia da Universidade de Harvard, argumenta a intensão da pergunta do reitor com três explicações possíveis  para as disparidades de gênero na ciência moderna. O artigo faz parte de uma obra que analisa as palavras e seus significados e como usar as preposições e termos para expressar a nossa visão de mundo.  O fato é que o reitor não assumiu publicamente que as mulheres são inferiores, ou apresenta uma proposta que indique uma deficiência genética intelectual e cognitiva, mas serve para discutimos os conceitos e as disparidades em relação ao gênero no aspecto da sociologia e do mundo do trabalho. 


"Há pelo menos três explicações possíveis para o fato de não haver tantas cientistas. 

  • A Primeira delas é a persistência da discriminação; 
  • A Segunda é que em um ambiente competitivo, a discriminação é autolimitadora na medida em que as instituições meritocráticas vão passar à frente das instituições sexistas, convocando para seu lado as melhores profissionais;
  • A Terceira é que a educação dos filhos, tarefa que ainda recai sobre as mulheres, não convive facilmente com profissões que exigem dedicação hercúlea em termos de tempo. (PINKER, 2005)".  
As alegações de Summer possuem outras formas de pensar a carreira feminina e sua inserção no espaço universitário, produtivo e científico; "Muitas vezes a mulher chega no auge de sua produtividade mais tarde que os homens, ressurgindo após seus filhos saírem de casa.(PINKER,2005)" 

É correto pensar que o pensamento de Summer afirma a causa das disparidades de gênero a partir das diferenças inatas, mas não é a única causa da alegação, é insensato ter apenas um olhar para este contexto, e ficar preso a conceitos vitorianos. A velha teoria que o pensamento profundo prejudica as mulheres porque desvia o fluxo sanguíneo de seus ovários para seus cérebros,  de fato que "homens e mulheres são diferentes, mas isso não significa que estas diferenças sejam provocadas pelos genes, algumas das diferenças são tão efêmeras quanto as diferenças entre a cor dos cabelos e as roupas. (PINKER, 2005)". 


Pesquisa e Revisão Bibliográfica: Alex Santiago Duarte
Indicação do vídeo: Margareth Cancian Roldi

Referências:

Pergunte sobre genética a Neil De Grasse Tyson. Vídeos do You tube. Acesso em 09 de junho de 2014, 08h30min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U7ziyJobvgI.

PINKER, Steven. SEX ED. Revista The New Pepublic, em 14 de fevereiro de 2005. Acesso em 09 de junho de 2014, 11h35min. Disponível em: http://www.newrepublic.com/article/sex-ed.


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